04/06/10

Uma história americana


Vi The Blind Side (na tradução portuguesa, Um Sonho Possível). Devo dizer que não esperava muito. Contava passar um pouco de tempo morto, entretendo-me minimamente com um filme que deu um Óscar a Sandra Bullock, a grande razão (compreensivelmente) para eu gastar os meus olhos cansados num filme que se adivinhava mau. Falhei redondamente.

The Blind Side é um «filme de sábado à tarde», mas daqueles com qualidade. Num género aborrecido - a típica história americana de sucesso ao fim de um percurso de vida muito difícil -, esta história verdadeira de Michael Oher, um prodígio do futebol americano, resulta numa bela surpresa. Entretém, comove e cumpre muito bem a sua função simbólica (um «yes, we can» desportivo). Para além disso, impressiona pela demonstração da capacidade física de Oher, uma força bruta da Natureza que nasceu de um lar destroçado no meio de um bairro ainda menos recomendável. Chegou a viver na rua, sem sítio para onde ir, até ser recebido e apoiado pelos Tuohy.

Sandra Bullock, no papel de Leigh Ann Tuohy - amiga, tutora legal e, na prática, «mãe» inesperada de Oher -, mostra bem porque ganhou o Óscar. Num papel que tinha tudo para ser histérico e exagerado, Bullock contém-se e convence humildemente num papel de mulher americana desembaraçada mas sentimental. Algo que agrada à Academia, como se sabe (ver Reese Whiterspoon/June Cash, Julia Roberts/Erin Brockovich, e outras).

Não esperava a surpresa. Mesmo para quem não tolera muito bem o género de filme, é um belo naco de entretenimento. Bastante bom.

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