13/12/10

Trabalho de sofá

03/12/10

Arrumem-se os foguetes

O sorteio do Mundial de 2018 já foi, assim como o de 2022, pelo que me dizem. O primeiro será na Rússia, o segundo no Qatar. E pronto, já está. Depois de horas e horas perdidas em prognósticos, discursos de optimismo, hipóteses e ocos elogios à nossa «paixão pelo futebol», eis que a contagem decrescente aumenta de intensidade enquanto bebo um café de manhã - «Dentro de aproximadamente trinta minutos, a candidatura portuguesa entrará em palco» ou «a decisão será tomada às dez e treze minutos da manhã» são apenas algumas pérolas - e o apocalipse aproxima-se. De repente, já se sabe: a Rússia ganha. Arrumam-se os foguetes, metem-se as cervejas de volta no gelo, os repórteres partem em busca de nova promessa de euforia ou de nova tragédia que ajude a puxar a lágrima portuguesa.

Foi assim com a cimeira da NATO, foi assim com a escolha do palco para o Mundial de Futebol de 2018, sempre assim será com os portugueses. O que, se formos ver com atenção e justiça, até é, passe a redundância, injusto. Porque, como bem ficou provado no aparato destes dois eventos, não há na Europa povo que melhor saiba rodear de festa e pompa acontecimentos que, honestamente, nos trazem isto de futuro: zero.