A propósito do post anterior do Tiago, resta-me rematar um raciocínio do texto: Sócrates, provavelmente, até votará em Cavaco. Eu digo mais: tenho a certeza de que votará. Com Alegre na Presidência da República, José Sócrates ganha uma pedra no sapato, um idealista cujo mundo está morto desde, sensivelmente, 1979. Com Cavaco, pelo menos, garante a continuidade de uma relação puramente institucional, um espectador condescendente para as suas aventuras nas obras públicas e um homem que, rigorosamente, está morto para as ligações partidárias (ao contrário do que muitas cabecinhas ocas no PSD sempre sonharam). Cavaco na Presidência não é «um presidente do PSD». É um pêndulo de realismo que só vem de vinte em vinte anos e que, ao menos, permite um diálogo sem «ismos» à mistura. E Sócrates, o mestre do maquiavelismo na política portuguesa, sabe disso.
A propósito de candidatos e, já que estou com a mão na massa, também a propósito de cabecinhas ocas, lembro quem é o outro candidato:
O homem que, em várias entrevistas, disse coisas como: «Eu sou daqueles que sonho... Há mais de trinta anos, tinha 20, estava
eu, jovem, na faculdade em Bruxelas, pensava nisso, que um dia gostaria
de ter no meu passaporte só terrestre». Ou, não menos razoável: «Penso que haverá, esse é o meu sonho, um governo global liderado por
valores éticos e posturas como a de homens e mulheres do género de um
Gandhi, de um Nelson Mandela, de uma madre Teresa, de um Martin Luther
King, enfim, de pessoas que foram verdadeiras luzes. Pessoas, umas 20,
seleccionadas nos quatro cantos do mundo, pessoas de grande gabarito
moral, ético e também intelectual, que dariam as orientações para o
caminhar».
Votavam mesmo nesta figura? É que eu, por mais que o Dr. Fernando Nobre diga que gostava de ser conhecido apenas como «terrestre», não tiro da ideia que ele não é mesmo deste planeta. Não é mesmo.
Eu também acho que sim. Acho que o mundo devia ser governado por uma elite moral e ética, pessoas de um gabarito superior, como por exemplo, o Bono e a Angelina Jolie...
ResponderEliminarE com o Al Gore - nessa altura já baptizado pela Igreja Positivista - como Sumo-Pontífice de uma religião universal.
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