16/08/10

A queda do gigante



Já vai com um grande atraso, mas não podia deixar de referir aqui a notícia da morte de Manute Bol, no passado dia 19 de Junho. Manute Bol, um sudanês nascido em 1962, provavelmente será um nome que não diz nada a ninguém. Ou quase ninguém, vá lá, porque quem acompanhou a NBA nos anos 80 e 90 (no meu caso, desde tenríssima idade) conhecerá, certamente, este nome.

Manute Bol foi, até ao aparecimento de Gheorghe Muresan - célebre jogador dos Washington Wizards e com passagem no cinema em filme com Billy Crystal -, o jogador mais alto de sempre da NBA, e, mesmo assim, apenas igualado por Muresan, e não ultrapassado: 2,31 metros, dizia o passaporte de cada um. Ou 7"7 (pés e polegadas), para quem acompanha as medidas americanas, precisamente por causa do basket americano. Não é brincadeira.

Enorme, esguio, desengonçado, estranho, de braços tão longos que nenhuma bola parecia capaz de passar por ele, Manute Bol não ficou famoso por ser um jogador exímio. Aliás, a sua falta de talento técnico era quase tão alta como as suas pernas. No entanto, e ao contrário de tantos cepos que passaram por aquela liga, Manute Bol impunha respeito não só pelo comprimento dos seus braços mas pela forma como se impunha debaixo do cesto, bloqueando tiros atrás de tiros.

A 19 de Junho não se foi só um ex-jogador de basket da NBA. Foi-se, sobretudo, um símbolo, um ícone para quem acompanhava a NBA e tem interesse pela história da mesma. E, porque não dizê-lo, uma das figuras mais peculiares do desporto em geral de que eu tenho memória. Os lançadores de curta distância na NBA estão, desde 19 de Junho, mais descansados.

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