27/08/10

Eu sou o meu próprio vilão


Sharon Lamb, professora de Saúde Mental da Universidade de Massachusetts, não tem dúvidas. A nova geração de super-heróis, que tem vindo a ganhar notoriedade no cinema, é um mau exemplo para jovens e adolescentes. O Homem de Ferro, por exemplo, afirma, é o mais perfeito representante de uma «masculinidade negativa», a qual se caracteriza pelo uso de uma violência desmedida contra os vilões e um tratamento abusivo e imaturo para com as mulheres. Ah, as mulheres, sempre as mulheres.

A solução, claro, consiste em reverter aos modelos antigos. Aos da justiça, aos da integridade, aos da decência. Não necessariamente em relação os vilões, esses miseráveis; mas claramente em relação às mulheres, essa nossa razão de existência. Porque um herói é, antes de tudo, um homem. Mas não um homem qualquer: é um homem que é vulnerável, um homem que lida com problemas reais de pessoas reais, como uma pessoa também ela real. Sofre porque ama – as mulheres, não os vilões. Como o Super-homem, por exemplo.

O que não deixa de ser sintomático. Afinal, se é verdade que quem procura sempre encontra, não deixa de ser interessante notar que, na sua procura de um homem perfeito, a professora Sharon Lamb venha a esbarrar numa verdadeira criatura de um outro planeta. Uma consequência, afinal, perfeitamente espectável em quem tende a levar a sua procura um tudo nada longe demais.

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