29/09/10

Mili Vanilli



Sempre achei David Miliband o tipo mais perigoso da pandilha do Labour - ou «New Labour», para os optimistas à esquerda, que esperam melhores dias. Mais perigoso porque combinava um pacote ideológico bem fofo - do progressismo obsoleto à histeria climática, passando pela natural tendência para centralizar e burocratizar a sociedade - com uma atitude de «delfim», ou seja, de um vencedor maquiavélico em quem, a não ser que se seja cego, todos viam o natural sucessor da era Blair/Brown.

Mas o que me choca, nestas semanas recentes, é que, fruto da minha ignorância e pouca atenção dedicada à ontogénese dos trabalhistas, só agora fiquei a saber que, para meu enorme regozijo, não tenho apenas um Miliband para detestar, mas dois. Dois Miliband. Um David e um Ed. Que sorte grande para o Reino Unido, com duas personagens daquele calibre.

Resta saber se o irmão Ed se aproxima ideologicamente ainda mais do pai de ambos, um antigo teórico marxista. Se o fizer, e tendo em conta o que já se sabe de David Miliband, Cameron tem uma verdadeira cruzada nos próximos anos. Uma guerra justa do «Bem» contra o «Mal», Conservadores contra Trabalhistas. Um antagonismo que, quero eu pensar, qualquer pessoa sã também reconhecerá.

1 comentário:

  1. ...e estes Milibands também tinham familiares em acção na velha URSS, enquanto o ramo britânico da família ajudava a implementar o método gradualista, com a Sociedade Fabiana e com o Instituto de Relações Internacionais em Chatham House.
    E bem que conseguiram hein?

    Agora até os tories têm a sua Big Society, e Cameron está inteiramente aberto a assinar tratados comunis...perdão, climáticos.

    Portanto, taxas de carbono e comunas, perdão, comunidades Agenda 21, all around.

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