Melhor do que apanhar uma estopada de pedagogia maçónica nos últimos dias - com António Reis e outros que tais a explicarem-me, através da caixa mágica, porque é que a República é espantosamente mais democrática e humanista do que Monarquia -, foi ver o aproveitamento político que foi feito, na actualidade, dos acontecimentos do passado.
Mesmo com a ressalva de que a República foi, em tudo, um falhanço, excepto no parcial sucesso de implantação de um novo regime (que não se conseguiu implantar nas «almas» mas fez ruir muito do estado de espírito anterior), não deixa de ser triste ouvir pessoas com altos cargos públicos em Portugal, como Helena André, ministra do Trabalho, a dizer que as recentes «medidas [de «austeridade»], que são duras e pedem sacrifícios a praticamente todos os portugueses, são absolutamente fundamentais para podermos prosseguir os ideais da República».
Não sendo homem de pedir muito, ao menos faço um apelo: alguém dê uma lição de História a esta senhora, sobretudo em relação à diferença entre «os ideais da República» e aquele que eles efectivamente deram a este país. Se vier aí outro 1910, então, acreditem mesmo nisto: não há PEC que nos salve.
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