27/07/10

Do limbo entre memória e ilusão

 Se eu já não fosse um dos maiores fãs de Martin Scorsese, ficá-lo-ia, certamente, com este filme. Com uma fluidez, uma simplicidade e uma naturalidade só possíveis com um grande realizador que já não precisa de provar nada a ninguém, Shutter Island passa dos livros (Dennis Lehane) para o cinema com um estrondo simpático. Nem grande alarido, nem uma passagem demasiado discreta. Um excelente filme que, tal como o seu criador, nada tem de vaidoso mas que tem muito a dizer, muito a mostrar, e muito a surpreender, até aos créditos finais. A não perder de vista, ainda, Leonardo DiCaprio, que, tal como um grande ilusionista, quando já pensámos que vimos tudo, eis que tira mais um coelho da cartola. E outro. E outro. E outro. A melhor parceria cinematográfica dos últimos dez anos.

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